sexta-feira, 12 de junho de 2009

Entrevista de Bruno Senna concedida antes da qualificação


Bruno Senna faz sua estréia nas 24 Horas de Le Mans. O brasileiro divide o ORECA 01 AIM #10 com Stéphane Ortelli e Tiago Monteiro.

AS: Bruno, o que você espera da corrida?

BS: É minha estréia em Le Mans, então, obviamente, eu não sou o mais experiente piloto aqui. Eu não tenho muitas corridas de Endurance no currículo - apenas duas corridas de seis horas até agora. Mas mesmo assim, penso que a equipe me deu grande apoio. Eu usei a experiência do time e dos meus companheiros para aprender o máximo que pude sobre o circuito antes da corrida. Fomos passando por mapas e telemetria e, em seguida, ontem eu tive uma prova de como o circuito é rápido e difícil, especialmente quando as condições climáticas não são ideais. Como equipe, nossos objetivos são muito claros: tentar levar os dois carros até o final na melhor posição possível. A equipe tem o espírito e o desempenho para fazer isso - e se o fizermos, será uma vitória para nós.

AS: Você gostou da experiência que teve ontem?

BS: É evidente que ontem as condições climáticas não foram as melhores para fazermos um reconhecimento da pista. Foi um pouco assustador, especialmente na primeira saída, quando o circuito estava seco, mas com muitas partes molhadas. É muito fácil cometer um erro aqui, pois é o traçado é longo. Mas eu acho que hoje vou ter uma grande experiência, porque o circuito está seco, e eu vou ser capaz de trabalhar no ajuste do carro. No primeiro dia de testes noturnos a pista estava molhada, mas eu consegui aproveitar - quando chover mais forte, então talvez seja mais difícil. Mas, quando as condições estão estáveis, é definitivamente muito agradável.

AS: As 24 Horas de Le Mans têm algum significado especial para você?

BS: Esse tipo de corrida sempre recorreu a mim. Posso lembrar dos Mazdas - fizeram uma incrível ruído. Sempre tive um fascínio por guiar a noite. Na verdade, as corridas noturnas tornam-se muito difíceis, especialmente, por causa do tráfego intenso. E num traçado extenso como este, você encontra diversas situações na mesma volta. É um desafio único.

AS: As corridas de Endurance são bem diferentes dos monopostos, pois você precisa trabalhar em cooperação com seus companheiros de equipe, ao invés de lutar contra eles. Você tem um vencedor do Grande Prêmio de Le Mans e um vencedor em sua equipe - eles estão te ajudando a obter o máximo de si e do carro?

BS: Sim. Todo mundo aqui trabalha com um grande espírito de equipe. É muito diferente de tudo o que eu tinha feito antes. No início, foi muito difícil para mim compreender este espírito, porque eu sou essencialmente um piloto de monopostos que sempre buscou bater meus companheiros. Aqui você tem que colaborar para a equipe para ir bem. É uma filosofia muito diferente e eu estou aprendendo com isso. Para mim é uma grande vantagem de ter colegas experientes e estou tentando absorver tudo o que me possa ser útil. Essa vai ser a chave para ter uma irrepreensível ou muito boa corrida.

AS: A ORECA é uma equipe muito experiente, mas o francês é a sua primeira língua. Isso é um problema para você?

BS: Eu não falo francês muito bem. Não posso compreendê-lo muito bem, portanto, ainda não sou capaz de entender frases muito rápidas porque não é muito familiar para mim. Estou aprendendo e o ambiente da equipe é excelente: eles aceitaram-me e eu também me dou muito bem com eles. É o meu primeiro time não-Inglês e tem sido uma grande experiência.

AS: Você sente pesar por não ter conseguido um assento na Brawn GP neste ano?

BS: Eu me sinto orgulhoso por eles, porque eles têm o mesmo grupo de pessoas há muitos anos e, finalmente, estão com o desempenho e os resultados que merecem. Eles sempre foram muito profissionais. Eu teria adorado estar lá e é muito fácil dizer que se eu estivesse lá iria lutar por vitórias com Jenson, mas as coisas não são exatamente assim. Com certeza gostaria de ter bons resultados, mas com um número reduzido de testes seria um belo desafio.

AS: Você ainda está buscando ativamente uma vaga na F1?

BS: Estamos conversando com algumas equipes, mas até agora ninguém sabe exatamente o que vai acontecer. É uma questão de conversar com as pessoas e ver como as coisas vão se definiri entre a FOTA e a FIA.

AS: Você tem apenas três corridas na Le Mans Series deste ano, por isso, em teoria, você poderia estar disponível, se surgisse uma vaga na F1. Poderia ir para essa oportunidade?

BS: Teria de ser uma ótima oportunidade porque a F1 é extremamente competitiva e não há testes no decorrer da temporada. Por isso, é uma questão de analisar o risco: se a equipe tiver um grande simulador, em seguida, talvez, mas se dependesse apenas dos treinos livres de sexta-feira, então eu acho que seria uma má idéia.

AS: Então você prefere esperar até 2010?

BS: Preferencialmente sim.

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